terça-feira, 3 de novembro de 2015

Como se reproduzem?



A maioria dos seres vivos eucarióticos multicelulares se reproduz de forma sexuada, isto é, através da união de gametas e consequente mistura da carga genética de dois indivíduos de sexo diferente, que dá origem a um zigoto de genoma único.
Este fenômeno representa uma vantagem para os indivíduos e suas populações. Visto que seus descendentes são geneticamente diferentes entre si e de seus genitores, os novos indivíduos herdam uma mistura de características única que poderá favorecer a adaptação das populações em resposta às mudanças ambientais.

Porém, a reprodução sexuada dos organismos nem sempre é possível de ocorrer, pois esse fenômeno exige condições específicas do ambiente as quais seriam condições ideais de vida para as espécies. Portanto, alguns grupos preservaram a capacidade de se dispersar fora destas condições, para ocupar habitats de forma rápida: a replicação contínua do próprio material genético, o que chamamos reprodução assexuada.

Tendo em vista as dificuldades de encontrar condições ideais estáveis nos locais de distribuição, as briófitas também investem na reprodução assexuada. No caso destes vegetais ela pode ocorrer por fragmentação, ou, produção de gemas. Na fragmentação, pequenos pedaços de tecido (p.ex.: dos filídios) formam um novo gametófito, já as gemas são corpos multicelulares especializados produzidos pela planta e liberadas no ambiente por ação mecânica de ventos, água, ou, insetos para formar gametófitos.

A reprodução vegetativa dá origem a clones, ou seja, indivíduos de material genético idêntico ao daqueles que os originaram. O estágio inicial de desenvolvimento dos clones de briófitas é chamado protonema. O protonema é um aglomerado de células pigmentadas que varia em forma de acordo com a espécie e dá origem a gametófitos.

Quando em ambientes de condições favoráveis e estáveis, os gametófitos de briófitas formam células reprodutivas no interior dos gametângios. Para esse grupo, a presença de água é imprescindível durante este fenômeno, pois os gametas masculinos, anterozoides, são células flageladas que devem nadar até os gametângios femininos e se infiltrar nestas estruturas para fecundar uma oosfera, gameta feminino.

Após o encontro bem-sucedido entre gametas (haploides), inicia-se o processo de multiplicação celular do até então zigoto. O resultado é um embrião (diploide) que sofre divisão celular e forma um esporófito (haploide). Quando maduros, ou seja, ao completar seu desenvolvimento, os esporófitos abrigam células haploides, os esporos, que pouco depois são liberados destes compartimentos. Ao encontrar as condições adequadas para desenvolvimento os esporos germinam e constituem novos gametófitos jovens.



Aqui deixo o link para quem quiser assistir uma animação sobre reprodução sexuada de briófitas. A animação está em inglês, portanto, quem sente dificuldades com a língua pode selecionar a opção STEP-TROUGHT, em que a animação roda em passos com a narrativa em texto,abaixo da figura, que pode ser traduzido ao passo de cada um.
Animação: Ciclo de vida das Briófitas (ENG)


Além deste, o blog de briófitas de Ohio (EUA) apresenta aos leitores o ciclo desenhado em etapas, também em inglês, mas que vale a pena conferir pois é recheado de fotos com de estruturas reprodutivas de diferentes espécies.
Ciclo de vida desenhado.


 Sarah Ferreira

Referências
BASTOS, C. J. P. Padrões de reprodução vegetativa em espécies de Lejeuneaceae (Marchantiophyta) e seu significado taxonômico e ecológico. Rev. bras. Bot. 2008. Vol.31 nº2 São Paulo. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-84042008000200013&script=sci_arttext.

SILVA, A. S. M. et al. Morfogênese protonemática de briófitas ocorrentes em remanescentes de floresta atlântica do estado de Pernambuco, Brasil. Boletim do Instituto de Botânica (São Paulo). v.18 . p.216-227. 2006.

Nenhum comentário:

Postar um comentário